Blog do Rodrigues

Françafrique: como colonizar um país

Em 1959, o ex-presidente francês Charles de Gaulle concedeu "independência" às suas 14 colônias na Africa mediante o chamado Acordo de Cooperação para a Independência que mais tarde daria origem ao termo pejorativo Françafrique: o neocolonialismo francês que perpetuou a exploração e Intervenção monetária na região do Sahel na África.

Nesse acordo, a França ofereceu ajuda no campo militar, educação e economia em troca as ex-colônias cederiam direitos sobre seus recursos naturais, permitiriam a presença de tropas militares francesas em seu território por tempo indeterminado e manteriam o Franco CFA como moeda corrente.

Bancos Centrais das colônias sem Autonomia:

Como parte do acordo, os países do Franco CFA são obrigados a depositar 50% de suas reservas internacionais no tesouro nacional francês e mais 20% em ativos financeiros, ficando apenas 30% de suas reservas em seus próprios domínios.

O Franco CFA, antes atrelado ao Franco francês e hoje atrelado ao Euro, significa que os países do Franco CFA não têm soberania sobre suas próprias economias. Suas políticas econômicas, como taxas de juros, por exemplo, são conduzidas pelo Banco Central Europeu.

Como resultado, os países do Franco CFA são mais pobres que seus vizinhos.

Privatizações:

Empresas estatais francesas possuem o monopólio em setores-chave, como na Costa do Marfim, onde controlam água, eletricidade, telefonia, transporte, aeroportos e bancos.

O acordo garante o direito à preferência a todos os recursos naturais e o acesso privilegiado aos contratos governamentais e monopólios dos serviços energéticos, de comunicação e de infraestrutura. Ironicamente o que os países neocolonizados da região do Sahel conhecem como neocolonialismo nós chamamos de politicas neoliberais e está tudo bem.